Sua origem traz à memória a luta das operárias têxteis russas, que entraram em greve em um dos primeiros eventos que culminaram na Revolução Socialista de 1917. Outro fato muito difundido sobre a origem desta data, em que as mulheres operárias foram queimadas durante uma greve em Nova York em 1857, carece de registros históricos.
De
qualquer forma, 8 de março é uma data que nos lembra a resistência das mulheres
frente à opressão e pela igualdade de direitos. E, fundamentalmente, nos indica
o caminho para a superação do machismo na vida cotidiana.
No
último século, a mulher conseguiu importantes avanços sociais, como, entre
outros, o direito ao voto, conquista de espaço no mercado de trabalho e na
política, inclusive atualmente no comando de nações como Alemanha, Argentina e Brasil, entre outras.
Entretanto
a situação de grande parte das mulheres no mundo ainda é muito difícil. Casos
de estupros, violência doméstica, restrição à vida social, imposição de forma
de se vestir e se comportar, proibição de frequentar escola sob risco de serem
apedrejadas ou fuziladas, ainda fazem parte da dura realidade das mulheres em
muitas regiões do planeta.
O Brasil
é um país que ainda discrimina brutalmente as trabalhadoras quando não paga
salários equivalentes aos dos homens, quando não oferece os mesmos espaços nas
direções. Discrimina, sobretudo, na violência sofrida no dia a dia no ambiente
de trabalho, nas escolas, nos momentos de lazer e no próprio lar.
Violência
não somente física, mas em simples comportamentos que a colocam em situação de
inferioridade. De uma forma geral, achamos normal que as mulheres sejam as
únicas responsáveis pelas tarefas domésticas e pela educação dos filhos. Também
achamos normal que propagandas, músicas, programas de televisão e humoristas retratem
a mulher como simples objeto sexual e/ou intelectualmente inferior ao homem.
O
machismo arraigado na sociedade coloca, assim, todas as mulheres em situação de
opressão, mesmo que velada.
Auditoras-fiscais observam
avanço na condição da mulher no mercado de trabalho e na política, mas destacam
a necessidade de avanços sociais.
“A mulher está conquistando o espaço que ela
merece. Hoje ela ocupa espaços de destaque na política e no mercado de trabalho
porque é mais dedicada e comprometida que os homens”, destaca a Auditora-fiscal
Cleide Moreira Ávila (ALF/Viracopos). Para ela as mulheres começaram ir a luta
para sustentar a família é hoje muitas são as principais responsáveis pelo
sustento da casa. “Primeiro foi por necessidade e agora, elas estudam cada vez
mais e estão inseridas em todos os espaços, inclusive temos a primeira mulher
presidenta da república. Ninguém segura as mulheres”, comemora.
A
Auditora-fiscal Mariane Horner S. Botelho (DRF/Campinas) destaca que
aconteceram muitos avanços, considerando que as mulheres começaram lutando pelo
direito ao voto e hoje ocupam espaços de liderança tanto na política como no
mundo do trabalho. Entretanto, ela aponta que estas conquistas tiveram um alto
preço. “A mulher teve de se masculinizar muito para se adaptar ao mercado de
trabalho. Muitas abrem mão de ter filhos para poder ter uma carreira”, analisa.
Para
Mariane, a insuficiência de políticas públicas voltadas à mulher limita o
alcance de suas conquistas, principalmente para as de menor renda. “As
deficiências nos serviços de saúde e transporte público, por exemplo,
sacrificam mais as mulheres, em especial as de renda mais baixa, que dependem
desses serviços. Elas perdem muito tempo se deslocando para o trabalho e ainda
enfrentam uma segunda jornada quando chegam a suas casas. E quando adoecem têm
dificuldade em conseguir atendimento especializado. Os que existem são
insuficientes”, observa.
Na
opinião da Auditora-fiscal Tereza Cristina Cascaldi Salgado (DRF/Jundiaí),
existem muitos pontos a comemorar. Ela destaca que hoje existe um grande número
de mulheres que são provedoras da família e que há mais atenção da sociedade
nos casos de violência contra a mulher. “A mulher ganha espaço e importância ao
mesmo tempo em que preserva sua sensibilidade. Além da maternidade, hoje, em
muitos casos, somos responsáveis pelo sustento da família. O homem deve
respeitar e valorizar a mulher e não a enxergar como rival”, comenta.
Já
Auditora-fiscal Rosa Maria Schenkel (DRF/Jundiaí) afirma que é contra uma data
específica dedicada as mulheres, mas ressalta a importância de se destacar a
luta por igualdade. “A mulher tem o mérito de sair às ruas para conquistar seus
direitos básicos que não tinha há alguns anos atrás”, diz.
Por
fim, a Auditora-fiscal Laura Silva Araújo, lembra que após criar três filhos,
foi cursar faculdade aos 51 anos de idade, se formando aos 56. Aposentada
depois de trinta anos de trabalho na Receita Federal, ela deixa um conselho às
mulheres. “Ser mulher é uma coisa maravilhosa. Todos os dias é dia da mulher.
Por isso temos de viver a vida”, diz.
Assim,
reconhecendo a necessidade de superar, a cada dia, a cultura machista que ainda
marca a nossa sociedade, a Diretoria da DS Campinas/Jundiaí parabeniza todas as
mulheres, em especial as Auditoras-fiscais da Receita-Federal pelo Dia
Internacional de Luta das Mulheres.
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