sexta-feira, 29 de julho de 2011

Entrevista: Presidente da DS Curitiba classifica Decreto 7496/2011 como “lixo normativo”

Em entrevista ao jornalismo da DS Campinas/Jundiaí, o Presidente da DS Curitiba do Sindifisco Nacional, Marcelo Soriano, classificou o Decreto 7496/2011, que criou o Plano Estratégico de Fronteiras como “Lixo Normativo”, pois ele colocar atribuições que são exclusivas da Receita Federal a outros órgãos, algo que só pode ser feito através de legislação. Na avaliação de Soriano, a categoria deve lutar para incluir a Receita Federal, e consequentemente os Auditores-fiscais, como protagonista neste Plano.
Leia abaixo a entrevista.

Em sua avaliação, o que levou o governo a excluir a Receita Federal do Plano Estratégico de Fronteiras, uma vez que muitas das ações previstas no Decreto 7496/2011 são atribuições da Aduana?
Marcelo Soriano
: Pode ser ignorância ou má fé. A primeira hipótese, considerando que o Decreto foi assinado pela Presidente da Republica, pelo Ministro da Justiça, que é professor de direito administrativo e pelo Ministro da Defesa, que já foi Presidente do STF, é improvável. Outra hipótese pode ser por esquecimento. Ou seja, até o momento nos fazemos a mesma pergunta.

O fato de o vice-presidente Michel Temer ter afirmado que a Receita Federal será convidada a participar do Plano Estratégico de Fronteiras corrige esta situação?
Marcelo Soriano: A Receita Federal jamais poderá participar deste Plano com convidada. Ela tem de ser protagonista, conforme previsto em legislação. Não podemos nos conformar com a exclusão da Receita Federal e, consequentemente, dos Auditores-fiscais, e nos conformarmos com um simples convite.
Qual sua avaliação sobre o Decreto 7496/2011? Ele deve ser considerado como mais um lixo normativo?
Marcelo Soriano:
Ele não retira atribuições dos Auditores-fiscais, previstas na Constituição, de controle e fiscalização de fronteiras. As atribuições e competências de um órgão são definidas em lei. O Decreto 7496/2011 atribui aos órgãos de segurança pública e as forças armadas atribuições semelhantes a dos Auditores-fiscais e de competência exclusiva da Receita Federal. Isso fica claro no artigo primeiro do Decreto. As atribuições de cada órgão estão prevista nos artigos 144 e 237 da Constituição.
Portanto, é um lixo normativo porque coloca atribuições competências através de um mero ato administrativo baixado pela Presidência da República.

Qual deve ser, em sua avaliação, a postura da categoria e do Sindifisco Nacional diante desta questão?
Marcelo Soriano:
Um dos itens da nossa pauta de reivindicação na Campanha Salarial é a remoção do Lixo Normativo que afronta as atribuições do Auditor-fiscal. Não se trata de revogar o Decreto, cuja idéia aplaudimos. O que não podemos é aceitar a exclusão e nos contentar com mero convite. Temos do incluir esta luta em nossa Campanha Salarial. Conforme prevê a Constituição em seus arts. 237, 144, § 1º, inciso II e 37, inciso XVIII, o papel que a Constituição da República reserva à Secretaria da Receita Federal no Plano Estratégico de Fronteiras é o de protagonista e não o de simples convidada.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Dia Nacional de mobilização: DS Campinas/Jundiaí realiza Assembleia e distribui panfleto sobre Campanha Salarial

 A DS Campinas/Jundiaí realizou Assembleia Extraordinária nas unidades da Receita Federal nas duas cidades e, além da pauta estabelecida, discutiu com a categoria os encaminhamentos da Campanha Salarial 2011. Foi distribuído um panfleto ((veja aqui img/File/Panfleto28julho.pdf) elaborado pela DS, chamando atenção para os desafios que a categoria está enfrentando e entregue o manifesto assinado pelas entidades que participam da Campanha Salarial conjunta ao Delegado da Receita Federal em Jundiaí com a solicitação de que tal manifesto seja encaminhado às instâncias superiores da Receita Federal.

Os Auditores-fiscais presentes à Assembleia aprovaram o encaminhamento à DEN de um pedido de esclarecimento sobre a apresentação de uma proposta na mesa de negociação, em nome das entidades que participam da Campanha Salarial conjunta, de reajuste salarial de 26% a ser pago em três anos, conforme divulgado em boletins do Sindicato Nacional dos Auditores-fiscais do Trabalho (SINAIT) e da ANFIP.

Veja links

Como tal informação não consta dos boletins do Sindifisco Nacional e a DEN não fez qualquer discussão com a categoria sobre esta proposta, os Auditores-fiscais manifestaram surpresa e preocupação e assim, decidiram pedir esclarecimentos sobre tal informação, em quais bases ela foi formulada e porque a categoria não foi informada previamente. “Em se confirmando esta informação, trata-se de um fato grave, uma vez que não era esta a proposta que consta da pauta de reivindicação aprovada pela categoria”, observou o presidente da DS Campinas/Jundiaí, Paulo Matsushita.

Fotos: acima, Auditores-fiscais em Assembleia na DRF Jundiaí e abaixo entrega de manifesto ao Delegado da Receita Federal em Jundiaí, José Roberto Mazarin.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Atenção para tentativa de golpe

Alguns filiados entraram em contato com a DS Campinas/Jundiaí denunciando que uma empresa que se apresenta como SIAPE PREV está ligando para casa de Auditores-fiscais, da ativa e aposentados, com objetivo de vender serviços e atualizar dados. O jornalismo da DS Campinas/Jundiaí apurou que os números de onde partem as ligações constam como não existentes.Em contato com a Assessoria de Imprensa da 8ª RF recebemos a informação que não existe nenhuma empresa autorizada a ligar para a casa dos servidores em nome do Órgão e que os dados cadastrais, como o nome e telefone, provavelmente foram obtidos de forma ilícita. A orientação é que se ignore tais ligações faça denúncia à Polícia.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Artigo: Grécia e Brasil: povos x dívida

Análise & Opinião


DEBATE ABERTO


Grécia e Brasil: povos x dívida


Tanto no Brasil como na Grécia, faz-se necessária uma ampla e profunda auditoria sobre esta questionável dívida, para se verificar de onde ela veio e a quem beneficia. No Brasil, propus a CPI da Dívida Pública, recentemente concluída na Câmara dos Deputados, e que mostrou diversos e graves indícios de ilegalidades.

Ivan Valente

A grande imprensa internacional tem repetido uma grande mentira: de que a Grécia tem de, obrigatoriamente, aceitar as imposições dos rentistas - representados pelo FMI e União Européia - tais como cortes de gastos sociais, aumento de tributos e outras medidas neoliberais, como as privatizações. Tais medidas já têm causado grave crise social: desemprego, recessão e pobreza.

Este pacote nefasto, aprovado hoje na Grécia, é sempre justificado pela necessidade de acesso a novos empréstimos, para pagar a dívida anterior. A grande imprensa diz que a dívida grega é inquestionável, e deve ser paga, sem qualquer pergunta. Diz-se que a Grécia tem de pedir ajuda ao FMI e União Européia, porque o país gastaria muito com funcionários públicos e com a garantia dos direitos da população.
Nada se fala sobre a culpa dos bancos na crise da dívida, omitindo-se que eles incentivaram a Grécia a tomar empréstimos por meio de derivativos ilegais. Nada se fala também sobre o salvamento de bancos falidos, que também geraram dívida ilegítima. A grande imprensa também silencia sobre a grande redução, nas últimas décadas, do imposto de renda para as pessoas mais ricas, o que também teve papel importante na geração deste endividamento.

Também não se fala da manipulação do chamado “risco-país” pelos investidores e suas “agências de risco”, que levou os juros às alturas, tornando impossível para a Grécia refinanciar a dívida nos mercados, empurrando o país para este acordo com o FMI. O que ocorre na Grécia não é uma negociação, mas uma pressão feita por um oligopólio de banqueiros, representados pelo FMI e União Européia, o que representa claramente um desequilíbrio entre as partes, ilegal segundo princípios gerais do Direito.
Enquanto isso, no Brasil, o governo argumenta que a situação estaria completamente diferente, com a dívida controlada e sem as imposições do FMI. Porém, o governo brasileiro pratica as mesmas medidas propostas pelo Fundo e aprovadas hoje na Grécia: severos cortes de gastos sociais (que chegaram a R$ 50 bilhões), privatizações (como a dos aeroportos) e reformas neoliberais que tiram direitos dos trabalhadores, tais como a Previdência e Tributária, com a redução da contribuição previdenciária patronal sobre a folha e o aumento do tempo necessário para a aposentadoria, principalmente das mulheres.
Na realidade, a única diferença entre o Brasil e a Grécia é que lá o povo foi à guerra nas ruas contra estas medidas nefastas.
Tanto no Brasil como na Grécia, faz-se necessária uma ampla e profunda auditoria sobre esta questionável dívida, para se verificar de onde ela veio e a quem beneficia. No Brasil, propus a CPI da Dívida Pública, recentemente concluída na Câmara dos Deputados, e que mostrou diversos e graves indícios de ilegalidades da dívida, tais como juros sobre juros, falta de documentos e informações. A CPI constatou até mesmo a realização de reuniões do Banco Central com supostos “analistas independentes” – que, na realidade, eram principalmente rentistas – para a estimativa de variáveis como inflação e juros, que depois são utilizadas pelo COPOM na definição da Taxa Selic, beneficiando os próprios rentistas.
Recentemente, o Equador deu uma grande lição aos governos dos países endividados, tendo feito uma ampla auditoria da dívida, com participação da sociedade, e que provou várias ilegalidades no endividamento. Como resultado, o governo equatoriano anulou 70% da dívida com os bancos privados internacionais, permitindo grande aumento nos gastos sociais.
A experiência equatoriana foi um importante precedente, e prova que é possível enfrentar os "mercados", mostrando que, diante de tanta exploração da classe trabalhadora pela burguesia financeira, existe uma alternativa soberana e que garanta os direitos dos povos, e não dos banqueiros.

 
Ivan Valente é líder do PSOL e membro da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.

(publicado no porta Carta Maior) http://www.cartamaior.com.br/templates/analiseMostrar.cfm?coluna_id=5108




segunda-feira, 11 de julho de 2011

FESTA JULINA 2011

Música, dança, bate-papo e confraternização marcaram o “Arraiá” da DS Campinas/Jundiaí que reuniu mais de cem pessoas, entre filiados, familiares e convidados na noite de sábado, 9/7, no Clube Irapuã, em Sousas. Durante o evento, o Secretário Geral da DS, Edson Bacci, apresentou aos presentes o pré-projeto de reforma da sede. O Presidente da DS, Paulo Matsushita também fez um pronunciamento em que destacou a importância dos momentos de confraternização entre os colegas e agradeceu a presença.
Veja no link abaixo as fotos da festa:

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Ricos pagam pouco

Artigo publicado no jornal Folha de São Paulo em 28/06/2011


VLADIMIR SAFATLE

Há alguns dias, uma pesquisa veio mostrar o que todos aqueles que realmente se preocupam com reforma tributária no Brasil sabem: os ricos pagam pouco imposto.
Quem recebe R$ 3.300 por mês, leva para casa, descontados Imposto de Renda e Previdência, 84% do seu salário. Já alguém que ganha R$ 26.600 por mês, leva 74%.
Um profissional holandês, por exemplo, pode contar apenas com 55% de seu salário, e mesmo um norte-americano traz para casa menos que um brasileiro: 70%.
Ao mesmo tempo em que descobríamos a vida tranquila dos ricos brasileiros, chega a notícia de que a quantidade de milionários no Brasil aumentou 5,9% em 2010, atingindo a marca de 115,4 mil pessoas com fortuna de, ao menos, US$ 1 milhão.
O que não deveria nos surpreender. Afinal, vivemos em um país onde o processo de concentração de renda está tão institucionalizado que as classes mais abastadas têm um sistema de defesa de seus rendimentos sem par em outros países industrializados.
Dentro de alguns anos, a chamada nova classe média descobrirá que não conseguirá mais continuar sua ascensão social. Entre outras coisas, ela tomará consciência de como seu orçamento é brutalmente corroído por despesas com educação e saúde.
Um Estado preocupado com seu povo taxaria os ricos e as grandes fortunas a fim de ter dinheiro suficiente para criar um verdadeiro sistema público de educação e saúde.
Por que não criar, por exemplo, um imposto sobre grandes fortunas vinculado exclusivamente à educação? Isto permitiria que essa nova classe média continuasse sua ascensão social.
Tal ascensão seria ainda mais facilitada se a carga tributária brasileira parasse de privilegiar o consumo, e focasse a renda. Uma carga focada no consumo, ou seja, embutida em produtos, é mais sentida por quem ganha menos.
Há pouco, um estudo mostrou como o 0,1% mais bem pago no Reino Unido recebia, em 1979, 1,3% dos salários.
Hoje, recebe 5% e, em 2030, deve receber 14%.
Costuma-se dizer que uma das maiores astúcias do Diabo é nos convencer de que ele não existe. Uma das maiores astúcias do discurso conservador é nos convencer, diante de dados dessa natureza, de que conflito de classe é um delírio de esquerdista centenário.
Mesmo que vejamos um processo brutal de concentração de renda institucionalizado e intocado por qualquer partido que esteja no poder, mesmo que vejamos a tendência de espoliação dos recursos de países industrializados por camadas mais ricas da população, tudo deve ser um complô dos incompetentes contra aqueles que bravamente venceram na vida graças apenas a seu entusiasmo e capacidade visionária, não é mesmo?

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Panfletagem e manifesto em defesa da Aduana marcam dia de mobilização

Diretores da DS Campinas/Jundiaí percorreram as unidades da Receita Federal na região na última teça-feira, dia 5, distribuindo um panfleto em que chamam a atenção da categoria sobre as ameaças de corte de direitos e arrocho salarial que pairam sobre os servidores públicos federais, bem como apresenta os principais eixos da Campanha Salarial (veja o panfleto no link http://www.dscampinasjundiai.org.br/img/File/boletimespecial.pdf).
Também foi passado entre os Auditores-fiscais para coleta de assinaturas um manifesto, que foi entregue aos delegados Regionais e ao inspetor da Alfândega de Viracopos, manifestando o descontentamento da categoria com a exclusão da Aduana/Receita Federal no Plano Estratégico de Fronteiras recém lançado pelo Governo Federal (Decreto 7.496, de 8 de junho de 2011) e solicitando que tal preocupação seja levada às instâncias superiores da Administração da Receita Federal.
A atividade fez parte de Dia Nacional de Luta em defesa do Serviço Público, realizado em todo o país.

Foto: Diretores da DS Campinas/Jundiaí, Itamar Vicente Alves e Paulo Matsushita entregam manifesto em defesa da Aduana ao Delegado - adjunto da DRF Jundiaí, Fábio Garcia Vanerlinde

Foto: José Carlos Rosseto e Paulo Matsushita - Diretores da DS Campinas/Jundiaí entregam manifesto em defesa da Aduana ao Inspetor de Viracopos, Fábio Boschi)
Foto: Diretores da DS Campinas/Jundiaí, Itamar Vicente Alves e Paulo Matsushita entregam manifesto em defesa da Aduana ao Delegado - adjunto da DRF Jundiaí, Fábio Garcia Vanerlinde