sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

DEN desrespeita deliberação do CONAF e ameaça subsídio


A DEN apoiou, na reunião do Conselho de Delegados Sindicais (CDS) dos dias 19 e 20 de novembro passado - a criação de um Grupo de trabalho (GT) para negociar diretamente com o Governo a instituição de remuneração variável. Tal proposta atropela uma deliberação aprovada por ampla maioria no último Congresso Nacional dos Auditores Fiscais (CONAF), realizado entre os dias 21 e 25 de novembro em Salvador – BA.

Qual a razão de a DEN empenhar tantos esforços por uma proposta que sequer consta de nossa Pauta Reivindicatória?
Na reunião do Conselho de Delegados Sindicais (CDS) realizada no mês de setembro em Brasília, foi aprovada a criação de um Grupo de Trabalho (GT), para analisar a criação de uma remuneração extra-subsídio para os Auditores-Fiscais.
O GT apresentou um relatório parcial ao CDS (leia aqui) em reunião realizada em Salvador nos dias 19 e 20 de novembro, antecedendo ao CONAF.  Em tal relatório, foram apresentadas propostas com base em utilização de verbas do FUNDAF e em um parecer jurídico (leia aqui) encomendado ao advogado Alexandre de Moraes.
De uma forma geral, o parecer apresenta duas possibilidades de compatibilidade entre o subsídio e a criação de uma remuneração extra variável:
1.      O pagamento da referida parcela com verbas provenientes de economia de custeio;
2.      Numa segunda hipótese, sob a forma de "participação nos lucros" (PLR; sic).
Diante da inconsistência e das dúvidas suscitadas tanto pelas propostas levantadas, como pelo questionável parecer jurídico, o GT propôs mais tempo para conclusão do estudo.
O CDS decidiu apresentar duas propostas sobre o tema:
a) Continuidade do grupo de trabalho interno;
b) Constituição de outro grupo de estudos com a mesma finalidade, mas destinado a analisar o tema em conjunto com o Governo, antes mesmo da conclusão do estudo interno.

CONAF rejeita proposta de GT com o Governo
As propostas do CDS foram apreciadas no CONAF e o plenário rejeitou, por ampla maioria, a proposta de criação de um GT em conjunto com o Governo antes da decisão da categoria sobre o assunto. O entendimento majoritário foi de que seria precipitado e imprudente abrirmos a possibilidade de acordo baseado numa questão sobre a qual a categoria ainda não tem posição definida.

DEN desconsidera deliberação do CONAF
Seria surpresa, caso não fosse prática reiterada da atual DEN, sob a presidência de Pedro Delarue, desrespeitar as instâncias de deliberação da categoria. Desta vez não foi diferente, porém com um tema de extrema gravidade.
Nesta semana, a DEN enviou aos filiados uma carta intitulada “Paridade e Subsídios são inegociáveis!”(sic) (leia aqui). Pura ironia, pois seu conteúdo expressa exatamente o contrário.
Com dificuldade para reconhecer seus erros na condução da Campanha Salarial, a DEN elege o atrelamento do subsídio dos Auditores-Fiscais da Receita Federal ao de outras carreiras de Estado como causa do não reajuste e propõe como saída a constituição do GT para negociar junto com o Governo a instituição da remuneração variável, contrariando frontalmente a decisão do plenário do CONAF.
De que servem então as instâncias de deliberação? A DEN ignora a deliberação aprovada após ampla discussão com vários setores da categoria em uma das principais instâncias de debate e deliberação.
A deliberação do CONAF, em que estiveram presentes cerca de quatrocentos e cinquenta delegados, não pode ser ignorada, nem há que se falar em sua remessa para Assembleia Nacional, sob grave risco de violação do Estatuto e da democracia no Sindifisco Nacional
Remuneração variável pode ser armadilha para acabar com a paridade e autonomia dos Auditores-fiscais.
Um dos principais argumentos utilizados pela DEN e por quem defende a remuneração variável é que ela é aplicada nos vencimentos de auditores-fiscais estaduais e em algumas unidades da federação o rendimento final acaba sendo superior ao do AFRFB.
Em entrevista publicada na edição de outubro do jornal “Ação Sindical” (informativo da DS Campinas/Jundiaí) o Auditor-Fiscal Maurício Godinho, diretor de comunicação da DS BH, mostra que a história não é bem assim. Ele cita o caso de Minas Gerais e afirma que o sistema de remuneração baseado na produtividade é discriminatório e injusto. “Em Minas, somente tem direito ao referido ‘prêmio’, os Auditores-fiscais em efetivo exercício. Portanto, excluem dessa situação: os aposentados, os afastamentos, as interrupções, as licenças e as férias”, observou. 
 A remuneração variável não é novidade na Receita Federal. No início da década passada, com o mesmo discurso de paridade, foi instituída a GIFA e a GDAT.
Tais gratificações, além de comprometer o rendimento dos aposentados e não compor a base de cálculo para benefícios,  criaram uma série de constrangimentos à categoria, inclusive com a tentativa e imposição da chamada “curva remuneratória”, mecanismo pelo qual, para calcular a GDAT, alguns Auditores-Fiscais teriam de ser necessariamente mal avaliados para que outros pudessem obter sua remuneração integral. Tal regra só não foi imposta devido à resistência do sindicato na época.
A GDAT era uma gratificação de desempenho,  para avaliar os ativos, e de atividade para não estender a gratificação aos aposentados.

A DEN tem compromisso com quem?
Nossa categoria sempre lutou pela remuneração na forma de subsídio que garanta o desempenho de nossas atribuições de agentes de Estado e segurança remuneratória após a vida laboral.
Entretanto, o que a DEN está propondo é a volta de um sistema de remuneração que já causou danos a toda a categoria, sejam ativos, aposentados ou mesmo aos pensionistas.
O atual presidente da DEN, Pedro Delarue, que agora defende a volta de remuneração variada era vice-presidente da DS Rio de Janeiro quando a então Unafisco e Fenafisp, depois de dois anos e meio de luta, recuperaram a paridade no Congresso Nacional (conversão da MP 2146, antiga 1915), portanto sabe o quanto isso custou. Em 2004, Delarue era diretor de assuntos parlamentares da DEN e garantia, na campanha salarial de então, que a paridade não estava ameaçada, o mesmo discurso que utiliza hoje.
A parcela variável é, por enquanto, apenas uma especulação em nossa Entidade, pois o GT ainda não apresentou relatório conclusivo e, portanto, a categoria ainda não se posicionou a respeito.
Assim, não há razão para se dirigir ao Governo, adotando uma alternativa remuneratória dessa natureza como tábua de salvação da Campanha Salarial, cuja continuidade, aliás, já é altamente discutível diante desses rumos que estão sendo tomados e que podem se voltar contra a própria categoria.
A forma como a discussão vem sendo conduzida, com atropelamento das deliberações do CONAF e diante do histórico recente de negociações a portas fechadas, levam a crer na existência de um acordo prévio entre a DEN, ou de seu Presidente, Pedro Delarue, com o Governo, à revelia da vontade soberana dos Auditores-fiscais.
A Diretoria da DS Campinas/Jundiaí repudia veementemente esse golpe contra a democracia da nossa Entidade numa questão que pode trazer retrocessos e graves consequências para as nossas atribuições, para nossa remuneração e para os direitos de toda a categoria, ativos, aposentados e pensionistas.
A luta correta e que unifica a categoria, com independência, democracia e transparência, é pela valorização do cargo e do subsídio!

A Diretoria
DS Campinas/Jundiaí – Sindifisco Nacional


Nenhum comentário: